segunda-feira, 27 de abril de 2015



Terceirização ampla é golpe profundo no trabalhador
Há uma ameaça de grandes proporções ao mundo do trabalho. Um projeto de lei no Congresso permite a terceirização ampla. É um retrocesso, pois golpeia a CLT e a própria relação de trabalho como considerada até hoje.
Na legislação atual, a terceirização é vedada às atividades principais da empresa. Numa metalúrgica, por exemplo, é proibida a terceirização do trabalho de solda, torno e matrizaria, o qual só pode ser realizado por trabalhadores contratados com carteira. Só se admite a terceirização de serviços acessórios, como limpeza, segurança e outros.
O PL 4330 retira limites da terceirização. Com isso, uma metalúrgica poderia operar sem contratar funcionário algum, bastando contratar empresas fornecedoras de mão de obra.
Certamente, a terceirizada pagará ao trabalhador menos do que cobrará da metalúrgica para ceder o trabalho desse trabalhador. Como para a metalúrgica só vale a pena contratar da terceirizada se o custo for menor do que pagava antes da terceirização, a conclusão é que vai haver redução nos vencimentos.
Além disso, hoje “os trabalhadores sem vínculo empregatício recebem, em média, remunerações um terço menores que a dos assalariados na mesma atividade”, segundo o professor Márcio Pochmann do IPEA. Estudos mostram que os terceirizados têm mais problemas de saúde, acidentes, exploração, precariedade e descumprimento de normas.

Haverá também fragilização na organização dos trabalhadores, devida à fragmentação das categorias que advirá. Em decorrência, afetará sua capacidade de defender salários e conquistas.

 Os juízes do Tribunal Superior do Trabalho denunciam o risco de "gravíssima lesão de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários no País" e redução do "valor social do trabalho". Afirmam que o discurso da competitividade, defendido pelos empresários a favor da votação do PL, "é uma cortina de fumaça para aprofundar a exploração com a perspectiva de aumentar o lucro com exploração excessiva da mão de obra precarizada e barata".

A contraofensiva laboral é inevitável. Talvez evolua para pensar sobre temas mais profundos. É que o capitalismo alcançou tecnologia e produtividade inimagináveis mas, ao invés de isso reverter em benefício dos trabalhadores, ameaça converter-se em meio de retirada de direitos e condições de vida. Essa contradição coloca desafios históricos aos trabalhadores em busca de alternativas mais avançadas.

domingo, 12 de abril de 2015



Safra de grãos deve superar 200 milhões de toneladas

O país deve produzir cerca de 200,7 milhões de toneladas de grãos na safra 2014/2015, conforme divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). É um crescimento de 3,6% em comparação com a safra de 2013/14, em que produziram-se 193,6 milhões de toneladas de grãos.

A Conab elevou em 1,1% a previsão de para a safra de algodão, amendoim, arroz, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, aveia, canola, centeio, cevada, trigo e triticale.

A soja, isoladamente, deverá elevar a produção em 9,5%, chegando a 94,3 milhões de toneladas de grãos, mais do que compensando a redução de 4,3% na produção do milho. Como a área de plantio da soja, de 57,33 milhões de hectares, foi próxima da safra anterior, estima-se elevação da produtividade média.

São números que estimulam a indústria de máquinas e implementos agrícolas, com reflexo em vendas em eventos do segmento agroindustrial, como a Expodireto.