terça-feira, 31 de março de 2015

Subida do dólar favorece a indústria
Recente disparada do dólar assusta muita gente e a imprensa amplifica o medo.
Mas, também torna a indústria nacional mais competitiva.

Primeiro, protege a indústria frente aos importados. Como se vê na tabela 1, supondo-se uma mercadoria importada por US$ 42,78, com o dólar a R$ 2,30 custa R$ R$ 98,39, enquanto com o dólar a US$ 3,10 passa a custar R$ 132,62, um aumento de 34,8%.


Tabela 1



Importação

Preço em R$
Cotação dólar
Preço em US$

42,78
2,30
98,39

42,78
3,10
132,62
34,8%



Mas, também favorece as exportações, uma vez que um mesmo valor em reais, convertidos a um dólar elevado, terão preço em dólar menor.
Na tabela 2, vê-se que uma mercadoria que valha R$ 28,52, ao ser exportada com o dólar a R$ 2,30 custa US$ 12,40 no mercado internacional, enquanto com o dólar a R$ 3,1 passa a ser oferecida a US$ 9,20, valor 25,8% mais barato. Este mesmo positivo se estende às exportações agrícolas.
Tabela 2


Exportação

Preço em R$
Cotação dólar
Preço em US$

28,52
2,30
12,40

28,52
3,10
9,20
-25,8%


Um dos principais problemas estruturais da indústria brasileira é a excessiva valorização de nossa moeda desde o Plano Real até há pouco. Problema crônico apontado pelo professor Bresser Pereira e repetido nos fóruns industriais do país.
Por outro lado, têm razão os que dizem que a subida do dólar pode gerar efeitos inflacionários, pois torna mais caros os insumos importados. É o caso do trigo, grande parte oriundo de fora, encarece pães, massas e derivados. O mesmo vale para certos componentes. Mas, esse efeito tende a ser transitório, com o dólar se estabilizando em certo patamar cessam os aumentos. Enquanto a retomada do processo de industrialização tem alcance de  longo prazo e produz efeito multiplicador, gerando empregos, rendas, pedidos a fornecedores, logística, etc. Ao tornar a indústria nacional competitiva, tende a levar a preços menores no longo prazo. Em conjunto, é fator favorável à soberania nacional.


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